segunda-feira, 27 de abril de 2009
Requiem para uma camaleoa
Azul e ocre. Essa é a cor da Veneza imaginária que se torna real no final das tardes primaveris.Notei que também nossa bem amada Paraty tem essas cores nos mesmo finais de tarde mesmo que os olhos a mando do espírito queiram ver tudo em cinza.
Já te vi em tantas cores, noites caleidoscópicas, psicotrópicas sem um vintém de droga absorvida pela língua.
Se colocar-se a lembrar verá que amanheceu rosa bebe e anoiteceu laranja, passando por todos os tons de verde possíveis e imagináveis esquecendo-se que o mestre “Cazuza” dizia que era azul e amarelo como se adivinhasse a essência ou traduzisse o DNA daquele dia simples e tão complexo.
De tanto saber a arte disfarçou-se vestida de quimonos de seda tão coloridos quanto a noite de qualquer cidade chamada São Paulo ou Rio, e nas velas brancas portuguesas permaneceu estampada vermelha cruz de malta.
Admirei quando li em Goethe toda sua variedade ou quando vi os temperos usados por Van Gogh em cores com que ele, Deus já sem orelhas, compôs seu mundo.
Mas sinceramente minha doce camaleoa o que mais me tocou foi a sutil seda azul que envolve a maçã ou as casas em um azul quase inexistente azul que não há.
Sei que dentro de alguns dias serás um cata-vento verde e rosa a rodar , a rodar ao som dos bambas, e o sangue primitivo e escravo a bombar enchendo veias e órgãos de alegria , você é uma alegoria a mais deliciosa das paixões, tão momentânea.
Exagero que nada! Amizade lenta e infinita enquanto durar suas cores , enquanto for essa deliciosa aquarela que me inspirou o surrealismo, e a colorir as noites com versos.
Sei que sabe do que se trata enquanto buscas o realismos e mais disfarces, sei também que não ignoras o calar lento das bocas mágicas atrás de um pouco de realidade.
Marcelo Moro
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Azul Dourado
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Versos de Abril
Tal como o vento passando entre as flores
Entre os cabelos, balançando as cores;
Colorindo o mundo, aquarela.
Simples,
O café, o bolo, o cheiro de canela;
A tarde que cai preguiçosa
O frio que chega mansinho
Simples,
Como a noite tomando o céu
Como as pessoas tomando a rua
Como anil rimando com abril
Simples,
Como as estampas do seu vestido
Como a tatuagem que não diz nada
Como tentar antes de ter desistido
Marcelo Moro
terça-feira, 21 de abril de 2009
Libertas quae sera tamen...
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Deserto
A cidade amanheceu tranqüila. As paredes das casas descascadas, surradas, vidros quebrados, nos quintais o deserto se fazia presente, entre os tecidos das lojas areia, cortante, monótona, incolor. Na porta de Ariadne um quadro rasgado e a ponta de uma meada que tomava o rumo do infinito.
Marcelo Moro
*ao som de Bravado Do Rush venha pro deserto...
quinta-feira, 16 de abril de 2009
descendo o Rio Nilo
A Europa está um tédio
Vamos transar com estilo
Nós só temos um remédio
Descendo o Rio Nilo
Descendo o Rio Nilo
Eu fico pensando no que você faria
Se tivesse visto aquilo
O que? O que?
Amor de crocodilo descendo o Rio Nilo
Amor de crocodilo descendo o Rio Nilo
Estou ouvindo tambores, tremores
Vindos da África
Canibais passando fome
Cadê o Dr. Livingstone?
*infelizmente hoje o blog não me deixou postar essa música, mas posto o link aqui e vcs ouçam no youtube :
http://www.youtube.com/watch?v=hQk-1WyObDw
eu olhando o Capital Incial de Hoje pergunto :
Cadê a porra do Doutor Livingstone ?
quinta-feira, 9 de abril de 2009
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Homem Primata
será que eu perdi a fé ? razões não me faltam. As vezes acho que o Divino está mais para um simulador que dificulta o jogo conforme seu estágio avança. E o Humano é esse mesmo que sempre foi , primata, instintivo, vingativo, um enorme rompante de empafia ridicula. Imagens e semelhanças de Deus.
Homem Primata (Titãs)
Desde os primordios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
o que o macaco fazia
eu não trabalhava, eu não sabia
que o homem criava e também destruia
Homem primata
Capitalismo Selvagem
Ôô ô
Eu aprendi
a vida é um jogo
cada um por si
e Deus contra todos
você vai morrer,
e não vai pro céu
é bom aprender,
a vida é cruel
Homem primata
Capitalismo Selvagem
Ôô ô
Eu me perdi na selva de pedra
Eu me perdi, eu me perdi
"I'm a cave man
a young man
I fight with my hands
(with my hands)
I am a jungle man,
a monkey man
Concrete jungle!
Concrete jungle!!"
boa semana santa a todos.
terça-feira, 7 de abril de 2009
domingo, 5 de abril de 2009
Mar de Domingo
garrafa a boiar cheia de versos
que o mar leva e traz, compõe e desfazl
eva flores e perfumes
pra uma deusa nua e bela
e traz a paz e a mansidão, cantiga de ninar
Assim é o mar
recatado dentro de uma concha
faz soar ao ouvido mais nobre
ao ouvido peculiar de pés no chão
porque ao mar se lançam nobre e plebeu
noção azul profundo que o sol nos deu
é assim o mar a engolir ruas e cidades
Ira de netuno, leviandade
Marcelo Moro
sábado, 4 de abril de 2009
Sabado de Outono
o cinza, o vento, a folha seca
o sol afogado em beleza e dourado
pingo de sábado que se espalha
sonhos e cantos de pássaros
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Do livro das letras - Ensaio sobre a cegueira
quando vi estava ali
sentado sem ouvir
falando sem falar
te olhando se vestir
era algo como uma segunda feira
a barba por fazer, os sonhos pra discutir
o nosso dilema é o que tempo que nos falta
Quando dei por mim
estava ali, ensaiando a cegueira
te dizendo o que pensava
em plena segunda feira
não importa me lembrar
qual era o dia da semana
se foi pra vida inteira
o ensaio dessa chama
o nosso dilema é o tempo que nos falta